Green Bonds: o que são e possibilidades de aplicação

Uma maneira eficiente de captar recursos para projetos sustentáveis é a partir dos títulos verdes, ou Green Bonds.

Essa alternativa inovadora de financiamento tem ganhado muito destaque no cenário mundial com razão, mostrando-se uma oportunidade diferenciada tanto para investidores quanto para a sociedade e meio ambiente em geral.

Neste artigo, você vai saber mais sobre os Green Bonds e sua relevância atual em prol do desenvolvimento sustentável. Confira!

O que são Green Bonds?

Green Bonds são títulos de dívida emitidos por entidades públicas ou privadas com o intuito de financiar atividades ou projetos que estejam ligadas à geração de impacto positivo para o meio ambiente. Também são considerados investimentos de “renda fixa” em ascensão no cenário mundial.

Estas atividades e projetos geralmente têm relação com a redução de impactos que provocam mudanças climáticas, conservação da biodiversidade, estímulo à eficiência energética e ao desenvolvimento de energias renováveis ou gerenciamento de recursos naturais.

No entanto, é válido mencionar que os recursos captados por meio dos Green Bonds são liberados diante da especificação clara de tais benefícios ambientais, considerando diretrizes firmadas pelos padrões do mercado, como é o caso dos Green Bond Principles (Princípios para Títulos Verdes).

Green Bond Principles

Os Princípios para Títulos Verdes (Green Bond Principles) foram criados pela International Capital Market Association (ICMA) em 2014 para promover a transparência e eficiência do mercado ligado aos Green Bonds.

Em resumo, tratam-se de diretrizes para a emissão dos títulos de dívida destinados a cumprir propósitos sociais e/ou ambientais e, ao mesmo tempo, ajudam a sensibilizar sobre a questão dos impactos ambientais e sociais dentro do mercado financeiro. Isso, por consequência, tende a atrair mais capital para fomentar o desenvolvimento sustentável.

Benefícios relacionados à investimentos em Green Bonds

Primeiramente, é evidente o impacto ambiental positivo que investimentos ligados a Green Bonds proporcionam, visto que o objetivo dos mesmos é atender exclusivamente a atividades e projetos de cunho ambientalmente sustentável.

No entanto, é válido ressaltar que os Green Bonds acabam por ser meios de favorecer a transparência no uso de recursos para investidores e na prestação de contas dos reais resultados dos projetos em que foram vinculados. Se bem executados e bem sucedidos, tais projetos acabam por ser ferramentas de atratividade de novos investidores interessados em títulos verdes para mercados em que ainda tem seu uso restrito.

Como acontece a emissão de Green Bonds?

Fase de emissão:

É quando uma entidade governamental, empresarial ou institucional emite títulos verdes, acompanhada por declarações que detalham as atividades e os projetos que devem ser financiados.

Fase de oferta:

É o momento em que os títulos verdes são apresentados ao mercado e, então, investidores interessados poderão adquiri-los.

Fase de uso dos recursos:

Fase em que o capital obtido a partir da venda dos títulos verdes é destinado ao projeto ou atividade identificados na fase de emissão.

Fase de prestação de contas:

É quando os emissores apresentam seus relatórios, sejam estes periódicos ou completos, sobre o uso do capital e os efeitos de impacto ambiental positivo verificados. Esta fase também serve como alicerce de transparência para investidores.

Fase de quitação de juros:

É válido mencionar que os títulos verdes, assim como outros títulos, também geram pagamentos de juro regular aos seus detentores. Então, ao final do prazo, o emissor reembolsa o valor principal relacionado ao título.

Vale destacar que os responsáveis pela emissão de Green Bonds são bancos de investimento que operam títulos ESG (ambiental, social e governança), e que esta é tida como uma prática autorregulada.

No Brasil, o uso de Green Bonds estará associado a títulos de dívida externa, tendo o Tesouro Nacional como emissor. Vale lembrar que o país é uma grande potência em termos de meio ambiente, especialmente quando consideramos o potencial de geração de energia limpa e renovável – que tende a continuar crescendo –, e esse é um aspecto que nos dá vantagem quando se trata de competitividade em termos de Green Bonds.

Possibilidades de aplicação de Green Bonds

Diferente de outros tipos de títulos, que captam recursos para uma variedade de objetivos, os Green Bonds são destinados especificamente para projetos que tenham o meio ambiente e a sustentabilidade ambiental como foco.

Portanto, agora que você já está entendo melhor sobre ideia, a origem e o processo de uso dos Green Bonds, chegou a hora de saber em quais tipos de projetos eles são normalmente aplicados.

Confira a seguir exemplos de projetos que podem ser financiados por Green Bonds:

• Gerenciamento de produtos;

• Projetos de redução de emissões atmosféricas;

• Projetos de adaptação a mudanças climáticas;

• Investimento em parques eólicos e energia solar;

• Projetos de eficiência energética em edifícios verdes;

• Infraestrutura de transporte sustentável;

• Projetos de gestão de resíduos e reciclagem.

Conclusão

Os Green Bonds surgiam como uma excelente alternativa para aliar o mercado financeiro e a sustentabilidade em cenários onde ambos saem ganhando.

A possibilidade de utilizar recursos financeiros para projetos que tenham por objetivo promover benefícios ambientais, acaba por fomentar um desenvolvimento econômico responsável e consciente. A partir disso, tornam-se viáveis iniciativas como o uso de energias renováveis, construções sustentáveis, controle de poluentes e tantos outros alicerces da qualidade de vida e do planeta.

Você pode ficar por dentro de mais temáticas que envolvem Green Bonds e outros aspectos importantes para a sustentabilidade aqui no nosso blog. Confira mais artigos!